O delegado Jun Sukekava, da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA), deve ouvir na semana que vem os médicos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) denunciados por policiais militares por prevaricação.
O inquérito para investigar o fato foi aberto nesta quinta-feira. O caso ficará a cargo da DPPA por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo.
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Segundo o delegado, a prevaricação é caracterizada quando um servidor pratica crime contra a administração pública, deixando de cumprir o seu dever prescrito em lei. Conforme a ocorrência registrada pelos policiais militares, na madrugada de quarta, eles chegaram à UPA levando duas vítimas de um assalto, sendo que havia outras duas pessoas no local. Os PMs estranharam que as pessoas não eram chamadas _ uma delas teria mencionado aos policiais que esperava há duas horas e meia. Ao perguntarem na recepção o que estava ocorrendo, teriam sido informados que os quatro médicos que estariam no local naquele momento estariam dormindo.
Na quinta-feira, a administração da UPA disse ao "Diário" que um dos médicos estava atendendo em um consultório do local, dois estariam em repouso e uma médica estaria em horário de troca de turno. Disse ainda que os pacientes levados pelos policiais foram atendidos em menos de 20 minutos.
Já nesta sexta, a assessoria de comunicação da Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), que administra a UPA, informou, por meio de nota, que "no momento em que os policiais chegaram na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) com os feridos, dois médicos estavam trabalhando. Os pacientes levados pelos policiais foram atendidos em menos de 20 minutos. Nesse dia, não havia nenhum paciente grave e todos estavam sendo atendidos dentro do previsto no protocolo de atendimento."
A nota diz ainda que "os pacientes que aguardavam atendimento estavam classificados como atendimentos que deveriam ser realizados em unidades básicas de saúde." E segue dizendo que "a médica que fez o atendimento também fez uma ocorrência policial pelo abuso de autoridade e pela conduta extremamente desrespeitosa por parte do policial."
Segundo o delegado, o policial que fez o registro e um dos pacientes que estavam no local já foram ouvidos. Nos próximos dias, outras testemunhas serão chamadas, assim como os médicos.
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